O governo peruano declarou emergência sanitária em cinco regiões do país, onde se reportou um número inusitado de casos do síndrome de Guillain-Barré, uma doença do sistema imunológico que afeta o sistema nervoso. A medida foi tomada após a morte de uma terceira pessoa devido a este mal, que pode causar paralisia e dificuldade respiratória.
A emergência sanitária durará 90 dias e foi declarada após o Instituto de Ciências Neurológicas indicar que “os casos atuais da síndrome de Guillain-Barré apresentam características incomuns e atípicas que requerem tratamento de início rápido ou imediato”. Segundo o Ministério da Saúde, se trata de um mal não contagioso, mas que pode estar relacionado a infecções virais ou bacterianas.
As regiões afetadas são Piura, Lambayeque, La Libertad, todas na costa norte do país, zonas com atrativos arqueológicos e conhecidas por suas praias e ondas para surfistas. Também estão incluídas a região de Junín, no centro do país, e Lima, onde fica a capital peruana.
As autoridades peruanas indicaram que registraram 34 casos da doença no norte do Peru, muito acima dos 10 casos anuais que se apresentam normalmente nessa região. A terceira vítima foi uma mulher de 45 anos que faleceu em um hospital da cidade de Trujillo, região La Libertad.
O Ministério da Saúde pediu para que a população reforce a higiene e lave as mãos, porque foi identificado um provável tipo de enterovírus – ligado à síndrome – que ataca o intestino e entra através do sistema respiratório. Além disso, recomendou procurar atendimento médico em caso de apresentar sintomas como fraqueza muscular, formigamento nas extremidades ou dificuldade para falar ou engolir.
A síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara que afeta cerca de uma em cada 100 mil pessoas. Ela ocorre quando o sistema imunológico ataca os nervos periféricos, causando inflamação e danos. Isso pode levar a perda de sensibilidade, dor, fraqueza e paralisia nos músculos. Em casos graves, pode comprometer a respiração e exigir ventilação mecânica.
Não há uma causa definida para a síndrome, mas ela pode estar associada a infecções prévias por vírus ou bactérias, como o zika, o dengue, o chikungunya, o campylobacter ou o influenza. O tratamento consiste em administrar imunoglobulina ou plasmaférese para reduzir a resposta imunológica e aliviar os sintomas. A maioria dos pacientes se recupera totalmente ou com sequelas leves, mas alguns podem ter complicações permanentes ou fatais.