A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou nesta sexta-feira (5) que a Covid-19 não é mais uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), o mais alto título de alerta da organização, declarado para o surto do novo coronavírus no final de janeiro de 2020. A decisão não altera o título de pandemia de Covid, que só foi declarado meses mais tarde, em março do mesmo ano.
O termo ESPII é um termo técnico que passa por diversos critérios até ser decretado. A designação é bastante importante para coordenação de esforços de saúde pública internacionais. É também o mais alto nível de alerta da OMS. Acabar com a emergência pode significar que a colaboração internacional ou os esforços de financiamento também serão encerrados ou mudarão de foco, embora muitos já tenham se adaptado à medida que a pandemia recuou em diferentes regiões.
Já o termo pandemia é diferente e faz referência a disseminação mundial de uma nova doença, quando vários continentes têm uma transmissão sustentada do surto. Para a OMS, a declaração de uma pandemia é uma caracterização ou descrição de uma situação.
Mas por que o fim da emergência global não significa o fim da pandemia? Segundo a líder técnica da OMS, Maria van Kerkhove, isso se deve ao fato de que o vírus está aqui conosco e veio para ficar. “É muito difícil definir quando você chega num status em que um novo vírus se torna uma pandemia. Já a ideia de declarar uma ESPII é para coordenar uma ação imediata antes que esse evento se torne ainda maior e vire uma pandemia”, explicou ela em um vídeo divulgado pela organização no começo deste ano.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou que o fim da ESPII não significa que a Covid-19 acabou como uma ameaça à saúde global. “Na semana passada, a Covid ceifou uma vida a cada três minutos – e essas são apenas as mortes que conhecemos”, disse ele durante o anúncio. Ele também pediu que os países continuem vigilantes e cooperativos para enfrentar os desafios impostos pela pandemia.
Segundo o painel da OMS, o mundo já registrou 765 milhões de casos de covid-19 e 6,9 milhões de mortes. Enquanto a Europa tem o maior número de casos (275 milhões), as Américas registraram o maior número de vítimas fatais (2,9 milhões). Estados Unidos, Brasil e Índia são os três territórios com o maior número de mortes, com 1,1 milhão, 701 mil e 531 mil vítimas, respectivamente.