O preço dos aluguéis residenciais no Brasil teve uma forte alta em 2022, registrando a maior variação anual desde 2011. Segundo o Índice FipeZap+, que acompanha o valor médio de novos contratos de locação em 25 cidades brasileiras, os aluguéis subiram 16,55% no ano passado. Em dezembro de 2011, a alta havia sido de 17,30%.
Esse aumento expressivo foi influenciado por vários fatores, entre eles a elevação da taxa básica de juros (Selic), que tornou o financiamento imobiliário mais caro e dificultou a compra da casa própria. Com isso, muitas pessoas optaram por alugar um imóvel em vez de comprar, aumentando a demanda por locação e pressionando os preços para cima.
Outro fator que contribuiu para o aquecimento do mercado de aluguel foi o retorno ao trabalho presencial após o arrefecimento da pandemia de covid-19. Com a necessidade de se deslocar para o escritório, muitos trabalhadores buscaram imóveis mais próximos do local de trabalho ou com melhor infraestrutura. Além disso, a alta da inflação e a perda de renda das famílias também afetaram a capacidade de pagamento dos inquilinos e reduziram a oferta de imóveis disponíveis para locação.
A alta dos aluguéis em 2022 foi muito superior à inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 10,73%, e também ao IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), que é usado como referência para o reajuste dos contratos e que registrou uma variação de 6,08%. Isso significa que os aluguéis ficaram mais caros em termos reais e que os inquilinos tiveram uma perda de poder de compra.
A expectativa dos especialistas é que os aluguéis continuem subindo em 2023, mas em um ritmo menor do que em 2022. Isso dependerá da evolução da economia, da pandemia, da oferta e da demanda por imóveis, dos juros e da inflação.