O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, conversou por telefone com o assessor especial da Presidência da República do Brasil, Celso Amorim, sobre a situação da guerra na Ucrânia, nesta terça-feira (18). Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, os dois discutiram formas de promover o diálogo e a diplomacia entre a Rússia e a Ucrânia, com o apoio da comunidade internacional.
Sullivan expressou o apoio dos EUA aos esforços do Brasil para contribuir para uma solução pacífica do conflito, que já dura mais de oito anos e deixou mais de 13 mil mortos. Ele também reiterou o compromisso dos EUA com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, e condenou a agressão russa contra o país vizinho.
Amorim, por sua vez, relatou as conversas que teve recentemente com autoridades russas e francesas sobre a crise ucraniana, em uma missão discreta que não foi divulgada oficialmente pelo governo brasileiro. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defende a criação de um grupo de países neutros em relação à guerra para intermediar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia. Ele também disse que Lula não quis ofender ninguém com suas declarações sobre o conflito, nas quais acusou os EUA e a Europa ocidental de prolongarem a guerra ao fornecerem armas para a Ucrânia.
A conversa entre Sullivan e Amorim ocorreu em meio à escalada de tensão na região, onde a Rússia mobilizou cerca de 100 mil soldados na fronteira com a Ucrânia. O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na segunda-feira (17) novas sanções contra autoridades e empresas russas envolvidas na invasão da Crimeia e no apoio aos separatistas pró-Rússia no leste ucraniano. Ele também ofereceu ajuda militar e humanitária à Ucrânia.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, por sua parte, acusou os EUA e seus aliados de provocarem uma guerra na Ucrânia e ameaçou usar a força para defender seus interesses nacionais. Ele também rejeitou qualquer mediação externa no conflito e disse que só aceita dialogar diretamente com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
O Brasil tem mantido uma posição equilibrada e cautelosa sobre a guerra na Ucrânia, sem se alinhar nem condenar nenhum dos lados envolvidos. O país tem relações comerciais e estratégicas tanto com os EUA quanto com a Rússia e busca preservar seus interesses nacionais. O Brasil também tem uma comunidade de cerca de 500 mil descendentes de ucranianos, principalmente no Paraná.