Enquanto invasores tomavam parte do Palácio do Planalto, um grupo de cerca de dez militares do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi flagrado pelas câmeras internas relaxando no Anexo I do prédio.
As novas imagens, liberadas pelo próprio gabinete por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), mostram os militares batendo papo, usando os celulares e rindo no saguão do anexo por quase 60 minutos.
Os militares chegam ao saguão do anexo às 16h25. Nesse momento, o prédio principal está ocupado pelos invasores.
Equipados com armas, capacetes e escudos, o grupo permanece no local junto aos funcionários que já estavam ali. O ambiente é de tranquilidade e eles soltam gargalhadas. Alguns se acomodam e colocam os capacetes sobre a mesa e os escudos encostados na parede.
Às 16h35, militares da Força Nacional passam correndo, seguidos de cães farejadores. Os homens do GSI olham, mas só deixam o saguão às 17h15, em direção à ala A do Palácio, depois de, aparentemente, receberem instruções de um superior que chega ao local com caixas. Nesse momento, iniciavam as detenções dos invasores no Palácio.
As imagens integram mais de 500 horas de registros do circuito interno do Palácio do Planalto de 8 de janeiro, data em que apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. No total, são mais de 4 mil horas de gravação divulgadas após decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal (PF) comunicou ao Supremo na manhã deste domingo que ainda estão sendo feitas análises do conteúdo das câmeras do Palácio do Planalto, do Congresso e do próprio STF. Os vídeos totalizam 4.410 horas.
A PF concluiu, na noite deste domingo, o interrogatório de nove agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) que trabalharam no Palácio do Planalto durante a invasão da sede do governo. As informações foram fornecidas em inquérito que investiga os ataques, por ordem de Alexandre de Moraes.
Ao ordenar a tomada de depoimento, Moraes alegou que os vídeos divulgados pela CNN Brasil, incluindo a movimentação do ex-ministro Gonçalves Dias, indicam “atuação incompetente” e “ilícita e conivente omissão”.