Marta, a seis vezes melhor do mundo, entrou em campo com uma chuteira sem patrocínio na Copa do Mundo feminina de 2023, na Austrália e Nova Zelândia. Essa foi a segunda vez que a camisa 10 da seleção brasileira usou um calçado personalizado em um Mundial, repetindo o gesto de 2019, na França, quando se tornou a maior artilheira da história das Copas e comemorou mostrando a chuteira, que pedia igualdade de gênero.
A chuteira sem patrocínio tem o símbolo de igual (=) com as cores rosa e azul, da Go Equal, sua marca própria, lançada em julho pela Centauro. A linha tem todos os royalties revertidos para projetos de empoderamento feminino. Marta recusou todas as propostas das marcas esportivas por considerar que os valores não eram justos e usa nos calçados uma forma de protestar contra a disparidade de pagamentos em relação a atletas homens e mulheres.
Marta posou para fotos oficiais e treinou na Austrália com dois tipos de chuteiras personalizadas, uma predominantemente preta e outra branca. Os modelos possuem modernas tecnologias, seja nas travas ou no colarinho, continuação elástica da parte de cima da chuteira que envolve parte do tornozelo.
Marta está sem contrato com fornecedoras de material esportivo desde 2018. Ela tinha vínculo com a Puma, mas decidiu não renovar depois de receber uma proposta abaixo do que já ganhava. “Menos da metade”, segundo ela. Nas Olimpíadas de Tóquio, por exemplo, a atacante tirou as fotos oficiais tampando o símbolo da Nike com o cabelo. Isso voltou a acontecer em algumas fotos deste ano.
A craque brasileira afirmou que a luta não se trata apenas de dinheiro, mas sim pela igualdade de gênero no futebol. Ela espera que sua atitude inspire outras jogadoras e contribua para o desenvolvimento da modalidade.