Na manhã desta quarta-feira (22/3), a Polícia Federal realizou a Operação Sequaz. A finalidade é desmontar o esquema elaborado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para raptar e assassinar funcionários públicos e personalidades, entre eles o ex-magistrado e senador Sergio Moro (União Brasil/PR) e o procurador de Justiça Lincoln Gakiya, que faz parte do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).
Em cinco estados do país, a PF cumpre mandados de prisão e busca e apreensão: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Segundo as investigações da PF, os suspeitos planejavam ataques simultâneos, sendo os principais alvos em São Paulo e Paraná. Nove pessoas foram presas até as 9h40.
O senador Sergio Moro afirmou, pelas redes sociais, que o objetivo do PCC era assassinar toda a sua família.
O plano de um atentado contra o senador Sergio Moro custou US$ 550 mil (R$ 2,9 milhões) ao PCC. A facção montou uma estrutura na região metropolitana de Curitiba para executar o ataque –com chácaras, veículos blindados e armas. Entre julho e outubro de 2022, o grupo fez o levantamento de endereços da família do ex-juiz.
A filha do senador era uma alternativa caso não conseguissem sequestrar ou matar Moro. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná pediu que a PM fizesse a escolta armada de Moro e seus familiares há um mês, depois de saber extraoficialmente do plano do PCC.
O promotor Lincoln Gakiya também era alvo da facção por ter pedido a prisão de uma liderança do PCC. Ele revelou a ameaça em entrevista à Band News. As fontes que informaram a reportagem sobre a investigação são ligadas à PF, ao sistema prisional federal e às forças de segurança do Paraná e de São Paulo.
Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, é o líder da organização criminosa PCC. Em 2018, ele foi alvo de um pedido de transferência para um presídio federal feito pelo promotor Lincoln Gakiya. No começo de 2019, Marcola foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília.
Moro apresentou um pacote anticrime que incluía, entre outras medidas, a proibição da visita íntima e a vigilância das comunicações dos presos, inclusive com os seus advogados, em presídios federais.
Segundo as investigações, o objetivo do sequestro e do assassinato de Moro e de outras autoridades era conseguir dinheiro e libertar Marcola, que no início deste ano foi trazido do Presídio Federal de Porto Velho (RO) para o de Brasília.
Em quatro estados do país, a Polícia Federal realiza uma operação com 120 agentes. Eles executam 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.