De acordo com fontes do site BusinessKorea, a Samsung criou uma equipe para desenvolver núcleos de processador para smartphones. Esta iniciativa visa otimizar a linha Exynos (ou sua eventual sucessora) dos produtos da empresa, além de reduzir sua dependência da ARM e da Qualcomm, o que daria mais força para os dispositivos da linha Galaxy para competir com os da Apple.
Rahul Tuli, um dos ex-engenheiros responsáveis por algumas das arquiteturas de CPU da AMD, lideraria um time de peso, de acordo com as informações disponíveis. O time foi criado sob o guarda-chuva da Samsung Electronics, em vez de ser da Samsung LSI, que é a divisão especializada em projetos de semicondutores da marca. Esta iniciativa já havia sido previamente sugerida por rumores anteriores.
A Samsung está investindo em chips customizados para a sua linha de smartphones Galaxy S, mas a empresa também pretende desenvolver seus próprios núcleos, o que lhe dará maior controle sobre o desempenho e o consumo de energia dos dispositivos. O time responsável por esse projeto acabou de ser formado, e levará algum tempo para que as soluções sejam implementadas. Segundo as fontes, só deveremos ver resultados a partir de 2027.
A especulação é de que os processadores da companhia cheguem até 2025, o que significa que as duas primeiras gerações podem ainda usar núcleos padrão da ARM. No entanto, isso não tem que ser necessariamente um problema, caso o chipset seja bem projetado. O recente Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy, fruto da colaboração entre a sul-coreana e a Qualcomm, utiliza núcleos baseados na ARM e tem sido bem elogiado no que diz respeito ao desempenho e à eficiência energética.
A Samsung já desenvolveu núcleos personalizados em um projeto chamado Mongoose, também conhecido como Mangusto em português. O propósito da companhia era competir com os núcleos Krait personalizados da Qualcomm, que recebeu seu nome de uma família de serpentes asiáticas. O desempenho dos núcleos Mongoose foi variável até o lançamento do Exynos 990, da família Galaxy S20. Infelizmente, essa solução aquecia em excesso e não conseguia manter o alto desempenho sob estresse.
A litografia da Samsung também tem seus desafios e problemas
A Samsung tem sido alvo de críticas devido ao rendimento inferior de seus processadores Exynos em comparação aos de seus rivais. Isso também pode ser atribuído aos processos de fabricação da empresa.O último caso que ilustra a situação é o do Snapdragon 8 Gen 1, produzido pela Samsung em 4 nm, que oferecia muito desempenho, mas também gerava muito calor com uso contínuo, resultando em gargalos de desempenho. Alguns meses depois, foi lançada uma versão revisada chamada Snapdragon 8 Plus Gen 1, fabricada pela TSMC em 4 nm. O único ajuste foi o aumento das frequências de operação, o que resultou em um grande salto de desempenho e eficiência, normalmente visto apenas com a passagem de uma nova geração.
A Samsung admitiu que estava enfrentando problemas na fabricação de chips e, portanto, estabeleceu parcerias com outras fabricantes para melhorar seus próprios processos de produção. A companhia sul-coreana é uma das únicas fundições do mundo a possuir tecnologia avançada nesse segmento, ao lado de marcas como TSMC e Intel. A expectativa é que, até o lançamento de seu próprio chip, esses problemas possam ser superados.