Tenente-coronel da FAB sugere morte de Lula no Twitter. Essa é a frase que revela um caso grave de indisciplina e desrespeito à democracia por parte de um militar da ativa. O tenente-coronel da Força Aérea Brasileira (FAB) Igor Rocha, que é assessor de comunicação social da instituição, fez uma postagem em sua conta no Twitter no dia 1º de janeiro de 2023, data da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo a morte do chefe de Estado.
Na publicação, que já foi apagada, ele compartilhou imagens da apresentadora Xuxa Meneghel ao lado de várias personalidades que já faleceram, como Ayrton Senna, Michael Jackson e Hebe Camargo, e uma ao lado de Lula, com a frase “Ainda dá!! Bora Xuxa”. A insinuação é que a presença de Xuxa seria um prenúncio de morte para o político.
O post foi denunciado pelo perfil Rede Marco no Twitter, que publicou um print da postagem original do tenente-coronel. O blog da jornalista Andréia Sadi, do portal G1, entrou em contato com o militar, que confirmou a autoria do post, mas disse se tratar de uma “opinião pessoal” que ele já abandonou. “Não tenho o que dizer sobre isso, é uma postagem antiga, é uma opinião pessoal”, afirmou. “Isso foi um erro, a gente erra, comete besteiras. Eu não sou ninguém na fila do pão, quem sou eu para mudar alguma coisa. Isso é passado, não tem nada a ver”, acrescentou.
No entanto, a postagem do tenente-coronel da FAB sugere morte de Lula no Twitter fere o Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (RDAER), que proíbe os membros da Força de “externar-se publicamente a respeito de assuntos políticos”. Além disso, o manual de conduta nas mídias sociais no âmbito do Comando da Aeronáutica, publicado em 2020 pela FAB, também veda aos militares “solicitar votos ou se posicionar a favor ou contra um partido, candidato ou causa”.
O caso gerou indignação nas redes sociais e entre parlamentares da oposição, que cobraram providências por parte das autoridades competentes. O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que vai acionar o Ministério Público Militar e a Procuradoria-Geral da República para investigar o caso. “É inaceitável que um militar da ativa faça esse tipo de ameaça ao presidente da República. Isso é crime contra a segurança nacional e contra a honra do chefe de Estado. Exigimos punição exemplar para esse indivíduo”, disse.
A FAB informou que está apurando o caso e que tomará as medidas cabíveis.